O Pinhão é uma fascinante combinação de vinhas e restaurantes enraizados na história. Muitos visitantes têm o desejo de explorar as produções do renomado Vinho do Porto, enquanto outros buscam desvendar as maravilhas do Rio Douro por meio de cruzeiros fluviais.

A Freguesia do Pinhão faz parte do concelho de Alijó. Localizada na confluência dos rios Douro e Pinhão, no extremo sul do distrito de Vila Real, em contacto com o de Viseu, esta freguesia ocupa uma área relativamente pequena, não ultrapassando os 300 hectares. A sua formação é um processo compreensível, pois há pouco mais de cem anos, a Freguesia do Pinhão não existia. Tudo isso não passava de um sonho acalentado por um grupo de visionários que percebeu as vantagens que a região poderia obter com a criação desta nova unidade territorial.

A Freguesia do Pinhão encontra-se estrategicamente localizada no coração da Região Demarcada do Douro, abraçada pelos rios Douro e Pinhão, o que a coloca diretamente na rota do Vinho do Porto. A sua elevação a Freguesia em 1933 trouxe consigo pioneirismo na introdução de eletricidade e iluminação pública. Foi, inclusive, a primeira freguesia do distrito de Vila Real a usufruir de telefone, serviço de correio permanente e sistema de água canalizada.

Em 1934, a Freguesia foi pioneira na criação da primeira Casa do Povo do Distrito, estabelecendo uma colaboração importante. A posição geográfica privilegiada do Pinhão transformou-o num vital centro comercial, desempenhando um papel crucial no transporte do Vinho do Porto. Inicialmente transportado em emblemáticos Barcos Rabelos, depois em vagões ferroviários pela Linha do Douro e, mais tarde, por camiões cisterna, este comércio contribuiu significativamente para o rápido crescimento da localidade. O Pinhão conquistou o estatuto de núcleo económico e geográfico central da Região Demarcada do Vinho do Porto.

Hoje, o Pinhão concentra-se principalmente no comércio e no turismo. Recebe os visitantes com tradições seculares, costumes enraizados, celebrações de vindimas, adegas tradicionais e artesanato diversificado. As paisagens deslumbrantes das vinhas em socalcos nas encostas durienses são um espetáculo imperdível. O património local inclui uma Estação de Caminhos de Ferro adornada com belos azulejos de 1937, encomendados à fábrica Aleluia. Estes 24 painéis ilustram o labor agrícola e vinícola da região, sendo um dos conjuntos mais belos de Portugal.

Os marcos arquitetónicos também não passam despercebidos. A Ponte Rodoviária projetada por Gustave Eiffel, a Ponte Metálica Ferroviária sobre o rio Pinhão, a Igreja Matriz, o Cruzeiro e o icónico Barco Rabelo adicionam à aura histórica da localidade. As Quintas que oferecem visitas em veículos todo-terreno e as paisagens pitorescas das encostas do Douro cativam os turistas em todas as estações, especialmente durante as vindimas e lagaradas.

O majestoso rio Douro convida a passeios de barco que revelam as quintas das famosas produtoras de vinhos generosos, enquanto a pitoresca Linha do Douro, com destaque para o Comboio Histórico a Vapor, proporciona viagens memoráveis. A Festa anual em honra de Nossa Senhora da Conceição, realizada no segundo domingo de julho, atrai milhares de devotos a esta Vila.

A rica oferta gastronómica inclui especialidades como o saboroso cozido à portuguesa, o irresistível cabrito assado no forno, doces conventuais, o tradicional bolo borrachão, vinhos finos e de mesa, compotas e mel. No mundo do artesanato, destacam-se as famosas miniaturas dos Barcos Rabelos, a característica latoaria, mantas, colchas, rendas, bordados, cestos, chapéus, olaria, balsas e pipas.